Ontem vim para a "santa terrinha" (a cidade dos 5 "f's") e a viagem revelou-se um martírio. Por várias razões: duas horas e meia até Santarém!!, e um "arrufo" vindo não sei de onde nem a que propósito, ao telefone, com quem menos imaginaria. Depois de alguma reflexão da minha parte, continuo a dizer: cá estarei sempre que ela precisar, sem pedir nada em troca e desde que a minha presença seja, para ela, um valor acrescentado ou algo de positivo. Se assim não for, não vale a pena. Afinal, é para isso que servem os amigos e eu, pelo menos eu, assim a considero. E muito! Não só por causa de, mas também pela presença, no seu próprio timming é certo, mas pela efectiva presença sem por mim ter sido pedida, quando eu mais precisava. Como lhe disse na última mensagem de ontem: "Cá estarei quando tu entenderes.". Mas fiquei deveras triste (tanto que dou por mim a sentir necessidade do o relatar aqui...).
Entretanto, vou visitar a minha Avó agora. Afinal, foi a principal razão que me fez cá vir este fim-de-semana de Páscoa.
Ontem, ainda por casa, dei por mim a estacionar em frente à casa de vendas, sair do carro, dar cerca de 10 a 20 passos até à porta, olhar à volta para todo aquele verde e recordar as primeiras vezes que fiz aquele mesmo percurso... Dei meia volta e tornei a entrar no carro. Não consegui entrar. Independentemente disso gostei dos 180 m2 de jardim na Expo. Pode ser que haja uma boa conjugação de factores... Veremos. Se assim for, é bom que o Dr. comece a arregaçar as mangas pois temos muito azulejo piroso para partir naquela cozinha e casas de banho... Acho que seria fixe. Obrigado pela força Dr. Neige...
O passeio com o meu Pai pela cidade, com o sol radioso e o frio característico a gretar toda e qualquer extremidade exposta, revelou-se um bom momento e também necessário para a "desmoer" a fantástica feijoca do almoço de hoje e as perdizes do jantar de ontem. Que saudades que tinha da vista sobre o Tintinolho... A Cidade da Guarda, enquanto Serra, no seu melhor.
É o regresso à Páscoa, enquanto altura de reaver família. Saudades do meu Avô Manel... Esta terra faz-me lembrar muito aquele Homem rijo e seco. Este ar gelado era o ar para o qual o via insistentemente a colocar o cachecol, casaco, luvas e claro está a boina, pegar nos livros e fazer-se à cidade vezes sem conta durante um dia, todos os dias. E quando o deixou de fazer (a entrega dos livros), não podiam faltar, pelo menos 2 vezes por dia, as voltas à cidade. Sempre com este ar cortante a tentar lacerar qualquer extremidade mais exposta... É isso que este cheiro característico da Serra me faz lembrar. Bem-vinda de volta a Páscoa. E já agora, também a Primavera.
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