Pois aqui fica algo de extraordinário em plena televisão estatal às 9h30 da manhã: Calmamente, encontro-me na sala de espera de um laboratório de medicina nuclear (uuhhh!) a aguardar que me chamem para me furarem 5 vezes o braço (com 4 veias a rebentarem) e injectarem um fantástico marcador no sistema. Enqunto espero, a emborcar copos de água atrás de copos de água, vejo aqueles programinhas que dão na televisão de qualquer sala de espera. De momento, está no ar uma reportagem, em directo, sobre o serviço de reservas telefónicas de táxis... para surdos-mudos! Ok, assunto interessante sem dúvida mas que requer algum cuidado por parte da jornalista presente. Não há que só preparar a reportagem... Passo a explicar: No plano da imagem estão a repórter, o entrevistado - que, sendo elemento da associação onde se encontra a ser feita a reportagem é de facto surdo-mudo - e a intérprete de linguagem gestual para mediar a conversa entre os dois primeiros. A repórter tem do seu lado esquerdo a intérprete e à sua frente o entrevistado. A repórter coloca a sua questão e entretanto fica claro para quem assiste que o entrevistado não tira o seu olhar da intérprete. Quando termina a pergunta não é que o microfone, ansioso por uma resposta, sai disparado EM FRENTE em direcção ao entrevistado!!?? Mas melhor foi o seguinte: enquanto começamos a ouvir a resposta vinda de trás lá ao fundo (já que a intérprete não tinha o microfone à sua frente!), reparamos que o tal micro (que apontava para um mudo) desaparece devagarinho do plano, por baixo, como que se fosse àquela velocidade ninguém reparasse, e aos poucos conseguimos começar a ouvir aquela voz que vinha do fundo cada vez mais perto!
Com o tempo será, sem dúvida, um belo tesourinho deprimente...
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